A Pedra Bruta parte 2



Nas esqueça de citar a fonte. Pode ser assim:
ALMEIDA, C.L. A Pedra Bruta. AMF3. Acessado em
https://www.amf3.org/2012/10/a-pedra-bruta.html

A parte 1 pode ser acessada aqui:
https://www.amf3.org/2012/04/pedra-bruta.html



A Pedra Bruta


 Sempre que se faz referência a Pedra Bruta, temos a imagem de um pedaço de pedra tosca, que se apresenta em estado natural e grosseiro tal como foi extraído da natureza, e todos nós a conhecemos como um material sólido, encontrado em vários pontos do globo terrestre, geralmente fragmento de uma rocha e, como esta totalmente inerte, de modo, que se pode segurar com as mãos. Porém, o Aprendiz Maçom tem diante de si, durante o tempo que lhe foi destinado, uma verdadeira Pedreira para desbastar, sendo possível que deva preparar Pedra suficiente para construir o seu Templo. A Pedra Bruta representa a infância do homem e a própria humanidade e é de se reconhecer que a humanidade evoluiu muito, mas não passam de uma Pedra Bruta, com suas guerras, preconceitos, misérias, etc.

A Cerimônia das Viagens finda com o trabalho humilde do Aprendiz junto a Pedra Bruta e isto simboliza nada mais nada menos que o Aprendiz ainda é Pedra Bruta, ou seja, ainda tem arestas a ser desbastadas e que ainda tem muito para vencer, até apresentar-se como Pedra Lapidada.

A Pedra Bruta é uma jóia por oferecer a possibilidade de ser aproveitada para edificar, para construir, e todo indivíduo tem qualidades socialmente aproveitáveis, mas para tanto, é necessário que se lhe desbastem as arestas de uma formação grosseira.

Compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a PEDRA BRUTA, isto é, libertar-se dos defeitos e paixões, para poder concorrer à construção moral da humanidade, que é a verdadeira obra Maçônica.

A Pedra Bruta ensina ao aprendiz, que o homem, dotado de inteligência e raciocínio, pode aperfeiçoar-se na educação e instrução, uma obra universal, que começa no grupo, na polis, na Pátria, mas que busca universalizar-se, porque os preceitos Maçônicos, são atemporais e independem da região ou País. São preceitos simbolicamente apresenta­dos que foram os das associações secretas na antiguidade egípcia, são preceitos de verdade que os antigos também possuíam e que, ao longo da historia, coube a pouco saber.

Não é sem razão que um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos — CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE — no seu poema “O HOMEM e as suas viagens”, afirma que o ser humano pela sua inteligência e poder, querendo saber a verdade, conquistou a lua, há que conquistar Marte, Vênus, todos os sistemas solares, galáxias e depois de conquistar todo o Universo, sentirá que tudo não valeu de nada, visto que não era isso que ele queria de fato saber. Mas somente ai estará mais fácil de todas: a Grande viagem. A tarefa de conhecer seu próprio íntimo, sua própria essência e ironicamente, no fim, ele estará de volta ao começo de tudo.

Pois bem, a primeira instrução diz exatamente isso. Fala desta viagem. E talvez seja a Maçonaria a única instituição que habilitará queimar etapas especiais, as quais aludiu o poeta e que os homens profanos julgam ser imprescindíveis realizar e vencer.

A simbologia da Régua, do Maço, do Cinzel, nos prova que a Maçonaria estava naquele princípio dos tempos, junto da verdade e que a verdade de então, esta aqui agora, como sempre haverá de estar. Por­tanto, lapidar a PEDRA BRUTA é adentrar no íntimo de cada um de nós mesmo. É buscar dentro de nossa alma a centelha viva do GRANDE ARQUITE­TO DO UNIVERSO que habita nosso ser. Uma centelha divina e perfeita que o mundo profano esconde com vício, egoísmo, apegos à materialidade e que somente com muito esforço, com a iniciação e vida maçônica poderemos fazer aflorar definitivamente. Desbastar a Pedra Bruta é caminhar para o amor fraternal, é ter a força interna para praticar a solidariedade humana, é ir ao encontro da pureza, da Luz, da verdade, dos três últimos degraus do trono do templo, que representam a evolução espiritual de todo Maçom. Mas antes devemos entender que temos de mostrar a força, o trabalho, a ciência, a virtude, posturas não tanto espirituais e só apegadas à prática da vida, ao cotidiano  do dia a dia, a verdadeira prática maçônica de vida, a nossa ação para com o próximo e que justifica toda a moral da própria MAÇONARIA. O Maçom é um ser que age na busca do bem para com o próximo.

O cinzel, que ensina a ser o esforço, lento, mas compensador, e que somente com ele poderemos furar a PEDRA BRUTA que somos nós, em busca da virtude, da iluminação, pela inteligência, em busca da purificação da alma. E esta tarefa é do aprendiz e intransferível, pois é da própria antiguidade oriental que nos vêm à máxima que somente melhorando a nós mesmos, poderemos melhorar o mundo, os que não se salvam não podem salvar ninguém.

Assim nosso cinzel é o manual de instruções e nosso malho são os irmãos mais experientes que não nos permitem o caminhar só.

E finalizando, hoje sabemos porque todos os Irmãos são Aprendizes e que na reunião de Aprendiz é que se desbasta a PEDRA BRUTA tarefa esta que excede a um salário, é tarefa para toda a vida maçônica, é tarefa que vai ao encontro da luz do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.

A primeira instrução é o início da viagem para dentro de nós mesmos porque talvez, dentre os homens que andam pelas ruas deste mundo. O Maçom seja aquela que consegue o milagre de caminhar para dentro de si mesmo. E mais que isso, dentre muitas coisas que ele possa ser por definição, o MAÇOM É O HOMEM QUE OLHA PARA DENTRO DE SI MESMO E GOSTA DO QUE VÊ.

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