A ambigüidade do simbolismo maçônico


símbolo maçônico
Sol - símbolo maçônico


O simbolismo da maçonaria guarda uma ambigüidade. Se por um lado é um excelente método de ensino, pois quem não lembra da piada daquele professor legal que tivemos?  A simbólica maçônica até certo ponto adota o mesmo recurso didático, especialmente em um de seus materiais didático, convencionado ser chamado de Rito, que é o R.`.E.`.A.`.A.`..

Porém, como no caso das piadas daquele professor legal, com frequência lembramos das piadas, mas esquecemos o conteúdo. Ocorre, a meu ver, o mesmo na maçonaria. Não se consegue romper a barreira do emaranhado de metáforas e conectá-las ao discurso vigente.

Se tomarmos o surgimento da Filosofia, como um jeito muito próprio de lidar com a vida, teremos algo parecido. Lá na Antiga Grécia, isto é, séculos VII e V a.C, portanto há mais de 2500 anos de história, houve um movimento cultural que rompeu com um jeito de ver a vida de modo fantástico para outro modelo. O  novo modelo é chamado de teorético. No dizer de Geovanni Reali e Dario Antiseri: “(...) a superioridade dos gregos em relação aos outros povos nesse ponto específico é de caráter não puramente quantitativo, mas qualitativo, pois o que eles criaram, instituindo a filosofia, constitui novidade absoluta.(2007. p. 3. v1).
            A tese fundamental é que os gregos apesar de fazerem uso da mitologia ou de outros saberes oriundos do Egito ou da Pérsia (Iram) conseguiram ira além. Construíram, a exemplo de Pitágoras, uma teoria geral dos números. Fruto exatamente de um tipo específico do uso da razão.
            Ainda segundo Reali e Antiseri “a filosofia quer explicar a totalidade das coisas, ou seja, toda a realidade, sem exclusão de partes ou momentos dela”(Idem. p. 11). E como método a filosofia “procura ser ‘explicação puramente racional daquela totalidade”.  Na sequencia, os pensadores italianos asseveram que a filosofia irá se pautar unicamente pelo logos, pela razão como forma de operar esse novo saber. Abrindo mão dos recursos explicativos que dotam os efeitos e causas da realidade como sendo personificado nesta ou naquela divindade.
            A chave para uma certa letargia nos estudos maçônicos está exatamente aí. Em primeiro lugar é preciso tomar a Loja como lugar de estudos, afastar a urgência da vida prática e se deixar navegar ou levar pelo vendo das ideias. Faz-se necessário frisar que o bordão de pragmático para explicar uma maçonaria atuante é falso. A tal atuação que muitos confrades almejam como sendo o que há de melhor em termos de prática maçônica, é um engano, pois “praticista” não é o mesmo que pragmático.
            Ser pragmático, que é uma corrente da Filosofia Contemporânea muito comum nos Estados Unidos da América do Norte, é ainda ser teorético. Ainda nesse caso se trata de teoria, mas um tipo específico de ver a vida. São teorias pragmáticas por destacarem um tipo específico de abordagem da realidade que em geral abandona um certo reflexivo sobre as coisas  e as tomam do ponto de vista de suas ações ou possíveis formas de realizações na realidade.
            A Loja, portanto, precisa retomar o seu lugar mais nobre que é a vida de estudos filosóficos. Os estudos, que diante do apelo prático da vida cotidiana parece ser uma abdicação da mesma, consiste no melhor caminho de acesso dessa realidade. A melhor forma de romper com a aparente não atuação na vida social é exatamente aprofundando a vida de estudos maçônicos. O risco de partir para a ação sem reflexão e sem conhecer o aporte teórico da maçonaria é ser apenas mais um repetidor de bordões das mídias que ditam a agenda cotidiana de milhares de brasileiros. Assujeitando, dessa forma, milhares de cidadãos que não são responsáveis por suas próprias cidadania.




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