Direito versus Privilégios
Parece-nos que pessoas acostumados a privilégios não o
sabem. Em sua autoimagem elas se veem como uma pessoa normal desfrutado de seu
direito, para o qual cumpriu sua parte.
É sempre difícil demonstrar o óbvio na medida em que ele foi
naturalizado, dissimulado entre coisas naturais como o sol que nasce. O irrita
qualquer um, pois como tudo aquilo que foi naturalizado, o privilegiado irá em
primeiro lugar lhe tratar mau por ficar questionando essas coisas.
Nesse caso, para lembrar o argentino radicado no México
Henriques Dussel, “o pobre não fala, ele ruge” e por esse motivo ele nem mesmo
consegue fazer um pedido de justiça contra as injustiça que lhe são impostas.
Nessa esteira é que iremos assistir “o marginal” ser o argumento privilegiados
dos que desejam e tem mantido seus privilégios.
Em épocas de ascensão social de milhares de brasileiros será
comum encontrarmos pessoas se irritando com essa nova realidade. Exatamente
pelos motivos de não estarem acostumados a direitos e deveres, o privilegiado
se “estressa”, pois dever é uma coisa ‘estressante’.
Os aeroportos são o exemplo exponencial desse confronto dos
privilegiados. Imagine, uma doméstica “voando TAM” para Salvador? Agora, ela
senta do lado da semi-rica (já que a rica tem seu jatinho) que também está
curtindo férias! Ou o que pior, esses blogueiros que escrevem errado e
estudaram na escola pública depois de 80, época em que se consolidou o desmonte
da educação de qualidade, tendo uma força política jamais vista. Os cafeicultores
de São Paulo ficam loucos.
O desmonte desses privilégios exigirá dos novos emergentes
muito mais que mero apreço pela cultura do consumo. Gerações terão que ascender
ao conhecimento se quiserem mudar efetivamente esse país.
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