O Grau de Comp.'. Maçom
O que é o Grau de Comp.'. Maçom?
O presente texto tem ligação com “O Grau de M.’. M.’.[1], pois ele será um aprofundamento de um tema lá citado e abordado de modo geral. Porém, a compreensão do presente texto não depende daquele, poderá ser lido pela primeira vez e depois o outro. Outras referências você poderá encontrar nos “link’s” que estão no fim do presente texto. No próprio “site” (sítio) AMF3 você também encontra vários outros textos que tratam de temas do interesse desse grau de formação.
O presente texto tem ligação com “O Grau de M.’. M.’.[1], pois ele será um aprofundamento de um tema lá citado e abordado de modo geral. Porém, a compreensão do presente texto não depende daquele, poderá ser lido pela primeira vez e depois o outro. Outras referências você poderá encontrar nos “link’s” que estão no fim do presente texto. No próprio “site” (sítio) AMF3 você também encontra vários outros textos que tratam de temas do interesse desse grau de formação.
Pretende-se aqui discorrer de uma etapa de formação humana dentro de uma
sociabilidade, no caso a Maçonaria. Portanto, grau ou a etapa consiste num projeto
pedagógico que oferece à pessoa participante um conjunto de informações
dispostas com o objetivo de transformá-la; transformar especialmente os
aspectos de consciência ou de percepção das coisas da vida cotidiana, pois se
trata de uma “escola de filosofia”. Portanto, apenas e tão somente uma etapa de
formação sobre aspectos da condição humana de um indivíduo.
A escolha, a disposição e o conteúdo podem ser pensadas como meras
técnicas pedagógicas e podem ser muito bem relacionadas com correntes de Filosofia
da Educação muito específicas, no caso a humanista e iluminista. Nada de
excelso o magnânimo está por detrás de tais opções. As técnicas pedagógicas têm
certa variação entre as sociabilidades,
mas no geral podemos dizer que todas elas optam pelo uso de uma “estética” performática como a
estratégia pedagógica de motivar as pessoas em processo de formação.
Sociabilidade é o nome que a sociologia designa como característica geral que
une todos os grupos humanos que se encontram regularmente para se cultivarem
enquanto humanos. Pode-se ainda dizer que a Maçonaria, ao lado de outros
grupos, se difere de “sociabilidades” vulgares na medida em que seu motivo ou
justificativa se concentra na Filosofia em geral e, especificamente, nos ideais
da Filosofia Iluminista.
Nas escolas de ‘Educação Formal’ pelas quais passam grande parte dos
brasileiros, para explicar melhor a palavra “grau” do qual estamos nos
preparando para dizer o que é e sua importância, temos as séries, que são
aglutinadas em blocos ou agrupamentos de séries, tais como Educação Infantil,
Educação Fundamental I (1; 6 – 10 anos de idade) e Educação Fundamental II (2;
11 – 14 anos de idade), Ensino Médio (15 – 17 anos de idade), Ensino Superior,
etc. No caso de grupos sociais que não
são ditos “formais” e que as pessoas se filiam a eles por puro interesse
altruísta e livre de ser obrigado como na Educação Formal, há também uma certa
organização do percurso de formação. E os nomes que se dão na Maçonaria para
essas etapas são de “graus”. Se pudéssemos fazer um agrupamento, o primeiro é
composto por 3 graus básicos, a chamada Maçonaria
Simbólica. Os demais serão objetos de outro texto, mas a depender do
“material didático” utilizado, esses graus podem chegar a 33, comportando
também agrupamentos. Nesse sentido, deve-se compreender os graus nessa
perspectiva escolar, não sendo uma excepcionalidade doutro planeta os mesmos.
O QUE É A MAÇONARIA?
O QUE É A MAÇONARIA?
A Maçonaria é uma sociabilidade
ilustrada (iluminismo), isto quer dizer que se trata de um agrupamento de
pessoas em torno de ideias filosóficas. Especialmente aquela filosofia
cultivada pelo movimento cultura chamado Iluminismo e Humanismo. O que implica
em salientar que certos aspectos cultivados por essa sociabilidade as vezes soa
estranho em nossos dias, pois vivemos em outro momento cultural. Em linhas
gerais, vivemos numa época que se tem denominado de “pós-modernidade”, isto é,
um passo além da modernidade, época em que Iluminismo e Humanismo era parte
estruturante. Em nossos dias fatores ligados ao “ter” sobrepõe qualquer outra
questão da vida humana, portanto, nesse quadro, reunir-se para cultivar ideias
filosóficas por si já soa “sem sentido”, já que o importante na sociedade
“pós-moderna” é o consumo das coisas; ter as coisas para consumir. Tal postura
não deve ser considerada ruim, enquanto seres orgânicos estamos vinculados
necessariamente ao consumo; e se formos mais longe, até mesmo como seres que
cultivam coisas para além da mera mecanicidade orgânica da vida humana, também
consumimos “cultura”. O problema é quando uma parte da nossa existência toma o
lugar de a única parte. A sabedoria é o equilíbrio dessas partes.
Inserida no contexto “pós-moderno”, a Maçonaria, ao lado de outras
sociabilidades, precisa utilizar de algumas estratégias para se fazer presente
nas mentes humanas, mesmo não sendo ela um “produto” passível de ser consumido
como um “celular” (telefone portável). Como não se trata de uma instituição
formal de educação, que se impõe por mecanismos de Lei, tem-se o desafio de ser
algo que conquiste as pessoas e as motivem para continuarem a participar dos
processos formativos através do puro convencimento. Nesse sentido todas as
sociabilidades desenvolvem técnicas que se fixam de modo fácil na memória das
pessoas. O “símbolo” por exemplo é o ponto comum não só em Maçonaria, mas
podemos ver até mesmo nas Igrejas. No caso da Católica temos a “cruz”, a
“hóstia”, dentre vários outros. E essa será a chave para compreender os
recursos não só nesse grau, mas como um todo na Maçonaria. Não é por acaso que
se pode encontrar “Maçonaria Simbólica”.
A técnica é procurar marcar de modo forte as mentes das pessoas. Aliás,
quando estudamos alguma matéria difícil da “escola” não será estranho fazermos
associações com “imagens”, esquemas, entre outros recursos que facilite a memorização.
Toda a Maçonaria e o grau 2 podem ser lidos nessa perspectiva. E será no uso
dessa técnica simbólica a força didática da Maçonaria. É por utilizar uma
linguagem simbólica que ela resolve dois problemas. O primeiro consiste em se
fazer presente na mente de várias pessoas; pessoas com variados gostos,
formação, classe social, credo religioso, etc. A segunda questão que o símbolo
permite é ser fixo e ao mesmo tempo permitir que exista articulações reflexivas
variadas sobre um ponto em comum. Nesse sentido, por mais que cada membro
tematize um aspecto peculiar sobre a “Régua de 24 polegadas”, estará falando de
um símbolo e não fugirá do assunto que engloba tal símbolo.
Enfim, do quadro geral acima, que procura contextualizar uma série de
temas e conceitos vestibulares, passemos ao que é próprio do Grau de Comp.’.
Maçom.
Sem a desmitificação, que indicamos nos parágrafos acima, deixamos de
aproveitar o “poder” de formação do Grau de Comp.’. Maçom. Uma mitificação
apenas “torna fechado” uma seria de saberes.
O Grau de Comp.’. Maçom, que vamos apresentar nos seus aspectos
filosóficos, consiste na etapa em que o indivíduo é convidado a estudar aquilo
que é a espinha dorsal da Maçonaria. Seus fundamentos filosóficos, que são bem
amplo.
Os movimentos culturais denominados de Humanismo, Iluminismo e
Romantismo, largamente estudando em cursos de Letras, História, Filosofia,
Teologia, são a chave de leitura mais fundamental para se acessar e aproveitar,
em nossos dias, os saberes do Grau de Comp.’. Maçom. A recusa, como
habitualmente pode-se assistir na prática maçônica, produz aqueles indivíduos
que após um tempo não veem sentido na Ordem; e de fato, sem compreender tais
movimentos culturais, não se pode ver algo para o qual o olhar não foi
treinado; e o que é pior, acabar por só ver o que o vulgar ‘populismo’ percebe sobre
o que é Maçonaria. Aliás, essa advertência é feita no Grau de Ap.’. Maçom;
encenado no Grau de Comp.’. Maçom, isto é, como “fingir que sabe algo; saber
mau alguma coisa”, é deletério.
Os três movimentos culturais têm relações internas e não são coisas
isoladas. O início pode ser indicado nos movimentos culturais em torno do Renascimento italiano como ponto de
partida. Momento da nossa história em que foi retomando literaturas “latinas”,
daí a ideia de renascer – ideia criada a posterior; mas não ficou só nisso,
surge a ideia do homem integral ou
um tipo de homem que produz artefatos, pensa em filosofia, projeta artefatos e
edificações, etc. Sem ser algo separado, e nesse lugar Leonardo da Vince é a
figura “icônica”. As fartas metáforas de “construtor” ou derivadas da construção/edificação
tenta retomar essa ideia de homem integral.
A Itália de 1450, como data de referência, não era bem a Itália de hoje.
Como sabemos, a península itálica era dividida politicamente de outro modo.
Veneza, Genova, Florença, para citar apenas três, eram importantes polos de
comércio marítimo e politicamente independentes. Florença apesar de não ter um
porto, é citada em função de ter sido o local no qual os Medici, família de grande poder política e econômico, patrocinaram a construção de uma “Academia de Platão”. Instituição que
está no início dos ideais de “academias de ciências” modernas; bem como será
associado às já existentes universidades e criará aquilo que passou ser um
grande valor para as “gentes de letras” do século XIX, isto é, um saber que
produzirá outra revolução, a Industrial. O saber que não só “especula”, mas
também experimenta. Restam ainda hoje a Academia de Ciência da França e
Sociedade Real para a Ciência da Inglaterra.
O que mais interessa notar é que o comércio praticado pelas cidades acima
citadas propiciou um choque cultural com a Europa central. Se na Europa central
o catolicismo, a aristocracia guerreira, marcavam o que era os valores, no
comércio com outras culturas, tais valores foram substituídos. Ao ponto de
podermos dizer que a figura de um Leonardo da Vinci sintetiza esse novo jeito de ser do homem. Se na
aristocracia guerreira só o ofício da guerra é valorizado, no homem
renascentista ou humanista tem-se valor no cultivo das letras e delas a ideia
de pessoa ou indivíduo.
As letras retomadas não consistiam apenas em rever os clássicos latinos;
a retórica, etc. Mas agora a ideia era colocar o homem no centro. Desses
detalhes, saltamos para o que interesse ao Grau de Comp.’. Maçom. Surge nesse
período a valorização não só do indivíduo, mas de sua capacidade em criar
coisas. Essa junção de “ideias” e produção de objetos úteis; e ao mesmo tempo
de manter aspectos importantes do indivíduo, portanto, colocando o homem como
“centro do universo”. Claro, essa mesma ideia de saber técnico-instrumental,
como já dissemos acima, será a base do que hoje parece nos ser natural, a miríade
de inventos que fazem parte de nossas vidas. Da máquina de lavar roupas ao
foguete Soyus – Roscosmos/Rússia, os instrumentos fazem parte de nossa existência;
A Maçonaria como instituição histórica ainda ecoa nas suas proposições
filosóficos aqueles princípios, a sapiência é exatamente saber rastrear o que
ela indica nos seus manuais e como tais saberes desdobraram em nossos dias.
Dominar e reter esse volume de história do saber “abrirá” os segredos do grau.
Será nesse espírito que teremos outro movimento cultural/religioso
importantíssimo. Não tanto na esfera da “tecnociência”, mas na dimensão do
sentido total da vida humana, a Reforma
Protestante, para além das questões teológicas, coloca o homem no centro.
Ele agora “pode” ler e interpretar a Bíblica. Essa mudança cultural sem dúvidas
foi a que mais gerou impacto na cultura da Europa, sobretudo nas formas de
governo. Tendo na Holanda (Países Baixos), na chamada Revolução Gloriosa,
mudanças substanciais que irão marcar os governos da Monarquias modernas. Porém,
o que mais interessa ao Grau de Comp.’. é o homem como artífice de si; (a
batida imagem de um homem se auto esculpindo) o homem tem sentido de ser não
porque “Deus” e a Igreja que lhe “doa”
sentido; o homem renascentista e protestante produz o seu próprio sentido de ser.
E será nesse ponto, que depois foi adicionado questões políticas, o maior
motivo da Igreja Católica Apostólica
Romana não admitir a existência da maçonaria como dos Protestantes, pois o
homem autônomo, como ficou marcado toda a modernidade, colocou em cheque o
papel da Igreja. E é exatamente por isso que entre protestantes de cunho
liberal (Inglaterra e U.S.A.) a maçonaria é naturalmente aceita e praticada.
Iluminismo e a Maçonaria
ILUMINISMO
ILUMINISMO
Dessa chave cultural saltamos para o Iluminismo que se desenvolveu
fortemente na pena de aristocratas
franceses. E consistiu no valor do homem “pensante”, como René Descartes
eternizou no seu “Penso, logo existo”. Desse iluminismo o que mais será
compartilhado com a Maçonaria será as discussões de formas de governos,
especialmente governos Liberais.
Devemos lembrar que a Maçonaria surge documentada no 1700-1800, portanto século
XVIII. Para além das histórias que nos remetem à Escócia – uma ata de uma Loja
em Edimburgo datada de 1400 e alguma coisa –, portanto nos vapores das revoltas
político-religiosas que varreram a Europa. A discussão política ao lado da
teológica era a conversa; e se houvesse uma rede social na época, o tema só
seria esse. Guerras por posições religiosas eram a mesma coisa que por modelos
de governos.
Nesse quadro a Maçonaria foi tomando rumo no debate político Liberal, que
tem no pacote um conjunto de outros temas. Será por isso que nos U.S.A. a
Maçonaria tornará um “facebook” do período da fundação daquele país do Norte.
Será nessa sociabilidade, isto é, lugar em que pessoas encontram para discutir
temas da vida “pública”, da vida do Estado, da vida organizativa, que se
debatia como deveria ser a vida e o Estado. E o modelo Liberal moldou o que é a
Maçonaria e consolidou sua problemática com a Igreja Católica Apostólica
Romana.
O que interessa ao Grau de Comp.’. Maçom é notar que a razão como guia da
pessoa prometia elevá-la a um estado de vivência melhor. A razão iria suplantar
falsas ideias que temos sobre as coisas na vida e no lugar, colocaria ideias
racionais. Daí a metáfora de “iluminar”, clarear, que dá o nome ao movimento. E
em dado momento tais ideias chocam com um modelo de Igreja Católica que operava
e opera considerando que nós humanos não somos só razão, somos também vários
outros aspectos. O problema é que ao contestar a razão iluminista, por mais que
se acordasse que de fato não somos só razão, o problema que motivou as brigas e
guerras religiosas, era mesmo o problema de Poder, isto é, posso concordar que
não somos só razão, mas quando habitualmente utilizo a ignorância para dominar
as pessoas... digamos que nesse ponto a disputa encaminha para esclarecer as
pessoas; para que as mesmas não sejam subjugadas de modo vil pelo Poder. O
problema se desloca do âmbito de saber os “limites
da razão”(Kant) para saber quem quer mandar em quem. A briga, portanto, não
é sobre se razão é isso ou aquilo, mas sobre dominação dessa ou daquela pessoa.
Quando a Maçonaria opta por uma “razão esclarecida”, ela acaba por fazer
coro partidária daqueles que eram contra as “tirânicas”. A razão era para
superar tais formas de relações sociais além de abrir caminho para a
investigação humana sobre tudo o mais, ou seja, não impedir que se investigue
no âmbito das ciências.
Partidária dessa razão é que a Maçonaria hoje alude em seus manuais o
gosto que se deve cultivar pela investigação, mas sem achar que se pode tudo. A
modéstia, a ponderação faz parte desse processo de caminhar a passos seguros. E
assim é a ciência hoje, que faz intensas trocas entre seus pares, na forma de
seminários, congressos, etc.
Esse confronto de ideias será mais um ponto de desacordo entre Maçonaria
e Igreja. Se habitualmente o vulgo se “queima de curiosidade” para saber dos
motivos que levam “Roma” a não deglutir maçons, esse é mais um. Um homem que
crê na razão elimina as explicações religiosas para o “sentido último da vida”
e, sobretudo, não aceita ser “dominado” politicamente com bravatas sem lógica.
Claro, existia iluministas radicais e outros mais “mineiros”. E dentre os
que não eram radicais podemos pensar em Augusto
Comte(sic) e naquilo que uma pesquisadora brasileira denominou muito bem de
“baixo -iluminismo”. Dito de outro modo, se para alguns apenas a razão era
capaz de prover sentido para vida humana, até mesmo para a morte, para outros
Iluministas era possível caminhar para um meio termo. Deveríamos acomodar junto
da razão certas zonas da condição humana que não são bem apreensíveis pelo intelecto,
mas a investigação intelectual pautada pela razão, pelo método cartesiano (René
Descartes), deve caminhar sem ser impedida pela Igreja ou algum governo.
Nesse sentido Augusto Comte é conhecido por propor uma “Religião Racional”,
isto é, uma religião que eliminaria certas práticas sem sentido para o intelecto,
mas cultivaria um certo apreço por aspectos que nos escapam. Por exemplo, a
existência de “algo” que criou todo o universo ou que mantém ele em funcionamento,
etc. Reconhecendo que o intelecto vai até certo ponto e para além dele se
percebe que há um “mistério”. Mistério que pode ser investigado pela ciência,
mas que antes de adentrar nele se reconhece que ele está ali... sem ser mexido.
A Maçonaria irá tomar esse princípio de modo muito explícito. Sua ideia
recorrente de um “Grande Arquiteto do Universo” é uma copia direta dessas
ideias. Outro meio termo será muito bem tratado naquilo que é a M.’. do Grau de
Comp.’. Maçom. Na qual se reproduz a do Ap.’. Maçom adicionado ao fim os passos
do Comp.’. Maçom. Nesse momento o Comp.’. Maçom faz um ligeiro desvio e logo a
seguir volta à linha dos passos anterior. Esse sair e voltar é explicitado como
um momento em que se pode “especular”, mas se retoma o firme propósito de uma “m.’.
em contínuo progresso”. Ora, a vida cotidiana é também isso, podemos fazer
experimentos, mas existem uma série de compromissos regulares com a vida
pessoal. Precisamos manter tais regularidades e dedicar uma pequena parte de
nossas vidas para “tentar coisas novas”. Esse conceito é exemplar de um
Iluminismo moderado.
ROMANTISMO
Em contraponto ao Iluminismo surge no contexto dos “reinos” onde hoje
chamamos de Alemanha o movimento literário, filosóficos e estético denominado
romantismo. A definição é bem ampla, mas para a proposta aqui vale destacar que
consistia num movimento que tinha forte reação ao Iluminismo e, como Rüdiger
Safranski salienta, era algo muito “alemão”. Em seu conteúdo o que vale reter é
sua procura por congregar todos os aspectos que a “razão” exagerada apagou.
Nesse sentido era importante aspectos emotivos, o contato com a “natureza”
enquanto os processos da fauna e flora, etc, além de valorizar a intuição e,
sobretudo, tomar a vida cotidiana não como ponto de partida, mas como ponto de
chegada de ideais excelso do que é a vida humana. Invertendo, por assim dizer,
e fazendo com que vida cotidiana se colocasse em função de “ideais” magnos
sobre o que deveria ser a condição humana.
Poetas apregoavam que não importa que a vida aparenta sem sentido, que as
coisas prosaicas do cotidiana parecem sem sentido; através da força deveria
vestir tudo isso de sentidos elevados. Esse movimento, por exemplo, nos leva
relacionar com o modo respeitoso que se despende nas reuniões semanais da maçonaria.
Para além das discussões filosóficas sobre o Romantismo, é fato que se não se
tomar cuidados formais, a linguagem informal e coloquial tende a gerar um
circuito cada vez mais paupérrimo nos termos. Exigi que se tome cuidado com as
palavras e incentivar o uso mais nobre da língua vernácula permite-nos
relacionar, mesmo que não haja relação direta, como os propósitos românticos.
Nesse sentido, retomando o romantismo, a poesia de Goethe, entre vários
outros, além do idealismo de Fichte na filosofia, marcam esse outro jeito de
ser. Ele interessa a sociabilidade maçônica na medida em que, por exemplo, toda
uma “estética” na montagem da pedagogia utilizada em Loja acabou por valorizar
tais ideias. Existe várias maneiras de comunicar um ensinamento, o uso, por
exemplo, de “parlendas” ou “lendas”, que cada grau tem, é uma forma muito eficiente.
Tal uso estratégico pode ser abordado através da disciplina filosófica denominada
estética, que procura sistematizar outras formas de saber.
(continua...)
http://www.amf3.org/2014/12/companheiro-macom.html
http://www.amf3.org/2014/03/segunda-instrucao-reaa.html
http://www.amf3.org/2013/10/maconaria-simbolica.html
http://www.amf3.org/2013/09/guia-de-introducao-aos-estudos-maconicos_18.html
Com farta bibliografia.
http://www.amf3.org/2012/10/a-regua-o-maco-e-o-cinzel.html
http://www.amf3.org/2012/10/a-pedra-bruta.html
http://www.amf3.org/2011/01/o-misterio-da-maconaria.html
http://www.amf3.org/2010/08/vontade-ou-educacao-da-vontade-na.html
http://www.amf3.org/2007/11/educacao.html
Caso você utilize o trablho, faça a citação da seguinte forma:
ALMEIDA, C.L. O Grau de Comp.’. Maçom. AMF3. Acessado em:
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