É compreensível que as classes sociais pobre ou ricas não gostem de Filosofia. Os motivos, penso eu, são de duas ordens. O primeiro é nossa herança oriunda de 21 anos de ditadura civil-militar. O outro, parece-me emergir de demandas das próprias pessoas, de fatores que estruturam a vida de cada um de nós no cotidiano. No caso histórico, pensar foi associado a por em cheque modelos sociais. Foi associado a ideia de que “comunistas" queria substituir nossos modelos de "status quo” por outros. Então, assim, se tenho uma vaquinha, a mesma seria pulverizada. Logo, se pensar é isso, odeio isso. O segundo motivo, que em partes já está presente no histórico, é a natureza do pensar e sua aparente fluidez das certezas. Assim, se odeia pensar na medida em que na vida cotidiana trabalhamos com certezas. Sou de uma profissão X, faço coisas Y e assim segue. O porteiro cuida da portaria, o motorista conduz o carro, o padeiro faz pão. São toda uma gama de certezas que nos alimenta, no