RAVE





O conceito nietzscheano de dionisíaco  é uma ótima chave de leitura das festas Rave. Como se sabe, o conceito de dionisíaco é uma forma de descrecer certas dimensões que compõe a realidade nas suas várias facetas. O real cultura é o tipo de realidade a qual podemos pensá-la sob a ótica do dionisíaco, isto é, a RAVE é uma festa dionisíaca na medida em que dimensões instintivas do serhumano são cultivadas. Opondo-se, dessa forma, ao conceito de apolíeno, que seria todo o tipo de transformação instintiva em hábitos que vão além do mero instinto.


A RAVE nesse quadro se assemelha às festas que ocorriam lá Grécia Antiga(+- século VI a.C). Havia um dia em que as mulheres saim pelos campos para uma festa na qual só participavam elas. Em sociedade eminentemente machista, esse momento consistiam em um tipo de revolta contra esse modelo. No entanto, no entorno dessa festa cresceu várias lendas, entras elas a de práticas sexuais e que Dionísio, um deus da mitologia grega que está ligada a festas regadas de vinho e práticas sexuais,  era o patrono.



As RAVE nos dias de hoje se apresenta sobre essa faceta. Um lugar de libertação, de celebração. O lugar do não stress, das coisas boas, do prazer, em especial o sexual. O problema é que essa promessa só fica na esfera da projeção e do desejo. Na prática, o que podemos ver de modo farto, é mais uma modalidade de inscrição da mulher como objeto de deleite masculino. Todas são obrigadas a serem “gostosas”, “lindas”, “magras”, e, claro, “sexualmente disponíveis” para saciar o desejo do macho, também sob a ditatura do “saradismo”.


Não precisamos entrar na polêmica questão do uso ou não de drogas e até que ponto é possível pensar a RAVE sem o uso de alucinogenos, entorpecentes, entre outras drogas.  Com tudo isso a RAVE é uma festa dionisíaca e seu caracter “marginal” a inscreve de vez dentro desse conceito. Dionísio enquanto as pulsões sem redeas, sem regras, como cravado na história da Filosofia por Nietzsche, vive a margem da sociedade apolínea. A regra por excelência.



A grande novidade nietzscheana foi verificar que os gregos caminharam com essas dimensões para um palco comum. O surgimento da tragédia grega como modalidade de arte, no seu entedimento, foi a melhor solução para essas pulsões presentes em qualqur sociedade. 


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