O que faz um Filósofo? 

 Os estabelecimentos formais irão nos dizer que o formado em filosofia poderá dar aulas dessa “matéria” no Ensino Médio e se dedicar a pesquisa em programas de pós graduação. Até o momento não encontrei na apresentação dos objetivos de um curso de graduação em Filosofia outra explicação. A principal variação dos cursos existentes podem ser verificadas em duas características. Uns raros se dedicam a formar o pesquisador, a grande maioria formar o professor de ensino médio. 

 

A definição me parece limitada, pois como formado em Filosofia sempre atuei fora dessas proposições. Outra motivação era o reduzidíssimo mercado de trabalho para o formado em Filosofia. Antes da matéria ser obrigatória nas escolas de ensino médio, encontrar aulas de Filosofia era uma “via” penosa. Passava pelo desdém a que todos dispensam ao conteúdo e a vontade subjetiva de alguma diretora de Escola Estatal. Aliás, não sei o motivo de ser comum o escárnio para com a Filosofia oriundo da parte de pedagogos em geral. 

 

Como bom disléxico, encontrei guarida na atividade de Designer Gráfico. Notei que não bastava saber “mexer” no computador para executar projetos gráficos em instituição de educação. Faz-se necessário dominar complexas teias de conteúdos. Campo familiar para quem estuda as teorias e ideias filosóficas. 

 

Porém, em cursos regulares de Filosofia não se faz outra coisa a não ser exibir as ideias de pensadores europeus. Os mais heróicos dentre os docentes são os que exibem os alemães, depois franceses e ingleses. Se alguém ousar falar em algo fora desse panteão será taxado de anti-herói. Qualquer outra ideia, como dizer que a arte é uma forma de pensar a filosofia, será vista com desdenho e o proponente terá que seguir só. Se ele for aluno, será possível até mesmo ouvir sorrisos de hienas pelas costas. 

 

Desse modo as graduações de Filosofia esconde e cultiva no subsolo a próprio inutilidade curso de Filosofia. A função de “comentador” é o ápice da carreira entre nós brasileiros. A função de professor de ensino médio é o lugar do desdém e que os “docentes e pesquisadores” fazem questão de demonstrar que nada sabe desse campo. Há exceções, mas o curioso é que elas falam da universidade e não da própria escola média. Silvio Galo e Marco Lorieri são dois exemplos que apesar de falar de fora tem ótimas contribuições para o ensino de Filosofia. O método da educação o pensar do Prof. Lorieri é um excelente projeto. Porém o fato deles falarem da universidade revela que as condições de produção do saber não estão onde o profissional atua cotidianamente. O professor de escola média e em específico o de filosofia, não encontram aí condições para produção de saber, mas apenas reprodução do “sabido”. Situação que agrega mais um problema à filosofia dos comentários. 

 

Para ser um bom comentador deve-se fazer o longo percurso da pós-graduação, que é um campo restrito para poucos. O grande público que estudou filosofia, seja nos seminários católicos ou nas faculdade públicas, cabe fazer qualquer outra coisa da vida, pois não há espaço formal e verba oficial para promover a profissão de Filósofo. 

 




Há, contudo, muitas possibilidades. A arte e o designer gráfico é uma, mas a formação de analista pode ser outro campo de ação do filósofo. Sem mencionar a atuação do filósofo em questões vinculadas a ecologia e todo um mercado de produtos ecológicos. 

Pode-se ainda dar início a uma função inovadora no seio de empresas, que o é a do analista estrutural, ainda que concorrendo com a turma das Ciências Sociais. Uma função que irá se relacionar com a economia, sendo seu altear ego.  Dilemas éticos existirão e não serão diferentes das demais profissões como advocacia, psicologia e médica atuando em empresas. 

 

Para finalizar, é preciso romper com a ideia corrente do que é o formado em Filosofia. O barbudo, camiseta amassada, chinelo de dedo e um eterno sem compromisso com coisas concretas. Que existam esses, mas que os poucos que saíram desse lugar para serem remunerados como professor nas Universidades e atuam nas políticas públicas que determinam os cursos de Filosofia reconheçam  o direito a diversidade. 

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