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Os Pitagóricos e o número como “princípio”

“Os Pitagóricos herdam dos predecessores a problemática do princípio, mas a deslocam sobre um plano novo e mais elevado. O princípio da realidade é para os Pitagóricos não um elemento físico, mas o “número”’.             “Explicam sua tese em base ao fato de que todos os fenômenos mais significativos (em particular as harmonias musicais, os fenômenos astronômicos, climáticos e biológicos) acontecem segundo regularidade mensurável e exprimível com números. O número, portanto, é causa de cada coisa e determina sua essência e a recíproca relação com as outras.”             “Para exatidão, segundo os Pitagóricos não são os números enquanto tais o fundamento último da realidade, mas os elementos do número, ou seja, o “limite” (princípio determinado e determinante” e o “ilimitado” (princípio indeterminante). Cada número é síntese destes dois elementos: nos números pares prevalece o ilimitado e nos ímpares o limite.”             “Se tudo é número, tudo é “ordem” e o univers

Heráclito de Éfeso

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Frente da Biblioteca de Éfeso - Prof. Cídio Lopes “Heráclito de Éfeso (sécs. VI-V a.C) herda dos milésimos o conceito de dinamismo universal, mas o aprofunda de modo conspícuo. “tudo escorre” é a proposição emblemática de Heráclito, e indica o fato de que o devir é uma característica estrutural de toda a realidade.” “Não se trata de devir caótico, mas de passagem dinâmica ordenada de um contrário ao outro: é uma guerra de opostos, que no conjunto se compõe em harmonia e contrários. O mundo é, portanto, guerra nos particulares, mas paz e harmonia no conjunto, como a harmonia do arco e da lira que nasce da composição equilibrada de forças e tensões opostas.” “O princípio para Heráclito se identifica com o fogo, que é perfeita expressão do movimento perene, e justamente na dinâmica da guerra dos contrários (o fogo vive da morte do combustível, transformando-o continuamente em cinzas, mas se manifesta harmonicamente como chama de modo constante). O fogo está estrei

Os primeiros Jônicos e a questão do “principio” de todas as coisas

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O fogo. “Tales de Mileto (fim do VII – primeira metade do séc. VI a.C) é o criador, do ponto de vista conceitual (mesmo que nao ainda do ponto de vida lexical), do problema concernente ao “principio” (arché), ou seja, a origem de todas as coisas. O “princípio” é, propriamente, aquilo de que derivam e em que se resolvem todas as coisas, e aquilo que permanece imutável mesmo nas várias formas que pouco a pouco assume. Tales identificou o princípio com a água, pois constatou que o elemento líquido está presente em todo lugar em que há vida, e onde não existe água não existe vida.             “Esta realidade originária foi denominada pelos primeiros filósofos de physi, ou seja, “natureza”, no sentido antigo e originário do termo, que indica a realidade no seu fundamento. “Físicos”, por conseguinte, foram chamados todos os primeiros filósofos que desenvolveram esta problemática iniciada por Tales”. “Anaximandro de Mileto (fim do VII – segundo metade do séc. VI) foi provavelmen

AMF3

Agradeço ao público que acompanha nossa blog/site. Chegamos aos 500mil acessos, na verdade já passamos: 502.644. Distribuídos nos 366 "post`s". Grato a todos, aos que nos lêem com freqüência e aos que dão uma passada. Temos ainda aqueles que se sentem a vontade para comentar um ou outro pequeno texto. O Blog/site começou com alguns propósitos e foi alargando na medida em que o público também se alargou. Observamos que não só textos de nossa lavra interessava ao público como de outros autores. O que nos remeteu mesmo a nossa formação de professor de filosofia, sempre a citar autores clássicos. A partilha de textos de outros autores tem se mostrado profícua. Pois são reflexões já estabelecidas e que em muito contribui com a formação de quem nos procura. Enfim, grato  a todos e todas. Brasil  2778 Estados Unidos  1292 Portugal  65 Ucrânia  57 Espanha  28 Canadá  10 China  8 Moçambique  8 Timor-Leste  8 França  7 A todos mui

Conceito e objetivo da filosofia antiga

"A filosofia  (=amor pela sabedoria) tem por objetivo a totalidade das coisas (toda a realidade, o "todo") e nisto confina com a religião; usa um método racional, e nisto tem contatos com a ciência (com a qual por certo período se identifica); além disso, tem como escopo a pura "contemplação da verdade", ou seja, o conhecimento da verdade enquanto tal, e nisto se diferencia das artes, que têm intuito prevalentemente prático." "A contemplação da verdade - que é aspiração natural do homem - é vista como fundamento da moral e também da vida política no seu mais alto sentido; e os filósofos consideram-na o momento supremo da vida do homem, fonte da verdadeira felicidade" (Reale & Antiseri p. 11) 

Como Ler Lacan

Em breve resenha do livro.

Seis razões por que outra crise é inevitável

texto publicado em:  http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22713 Cinco anos depois da queda da Lehman Brothers e da pior crise financeira desde 1929, uma coisa parece certa: outro colapso do sistema financeiro parece ser inevitável. Por que? Porque nós ainda não arrumamos a maioria dos problemas que levaram à última crise. Aqui estão seis razões por que outro desastre financeiro é tão provável. David Callahan* e Wallace Turbeville* 1. O sistema financeiro paralelo ainda é enorme. Uma das causas sistêmicas da crise financeira foi o crescimento exacerbado de entidades financeiras sem regulação com orçamentos gigantescos compostas de bens voláteis e com dívidas de alto risco – de companhias de seguro como a AIG a fundos de capital especulativo a financeiras. Boa parte desse sistema todo se mantém intacto depois de cinco anos da crise, e ainda é razoavelmente desregulado. De acordo com o Índice do Sistema Financeiro da Deloitte, em torno de nove tri