Em qual fonte confiar?

O tema do “disse-não-me-disse” ou a volatilização do que é a verdade sobre os fatos a nossa volta não é novo. Hannah Arendt, filósofa, já tematizou ele no livre “A banalidade do mal”, referindo-se ao contexto das perseguições nazistas na Alemanha. Para ela a primeira vítima da guerra é exatamente a verdade, que é muito frágil e não resiste o “disse-me-disse”. Hoje poderíamos dizer que naquele contexto as dificuldades técnicas de reportar os fatos, por exemplo a existência de campos de concentração por vários lugares da Europa e de campos de extermínios na Polônia, seria a fonte da pulverização da verdade. Entre o olhar de um jornalista ou qualquer outro transeunte e a reportagem para outras pessoas, para uma comunidade de leitores de um jornal, as condições técnicas, isto é, o deslocamento da pessoa, a escrita, a impressão, a distribuição, seriam a origem das dificuldades de se construir a verdade sobre os fatos que estavam acontecendo. Contudo, em nossos dias tais ques