Cotas Raciais
O problema maior do racismo brasileiro é seu caráter difuso e dissimulado. A força de dissimulação nunca permite que exista um embate, que o discriminado consiga tomar consciência, consiga formular aquilo que Henrique Dussel chama de “pedido de justiça”. Neste sentido um negro sempre será desqualificado para entrar não só na graduação da USP, mas em qualquer pós-graduação, onde reina os brancos de classe média paulistana. A lorota é a de sempre, própria do racista, não é qualificado. Fico pensando se Milton Santos entraria no Doutorado em Geografia na USP, onde retornou já formado para ser professor. Junto com a marca da dissimulação e naturalização do racismo, temos ainda a incidência de outro racismo que é o de classe social. Certamente dado a origem das classes de mando serem lusitanas, fez-se sentir entre nós a ideia de seres nobres, que mandam e que há outros que executam, especialmente trabalhos manuais, mas não só. Pois em toda repartição pública podemos sent