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O que é uma escola?

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Se somos vínculos,   se a solução de Parmenides para o ser (sendo, se é), for acatada, o caráter de teia ou de vínculo de tensão, como determinação da identidade, decorre que uma escola não pode ser um prédio. A velha sala, as cadeira, a secretária, o quadro, giz… Uma escola para ser como tal, deve ser uma dada conformidade de relações, de tensões, de teias. O que determina se a escola é uma instância de formação humana é se a mesma tem redes de teias, capacidade de incluir a todos em circuitos de tensões e com isso, produzir situações humanos de ser, que é sendo nessa pura tensão.   Sendo, se é, e esse ser se exterioriza na existência. Nesse lançar na extensão, ex(fora) istire, por de pé, a materialidade entre nesse jogo de tensão; portanto, ocupa sim um lugar, mas exclusivamente na medida em que compõe essas tensões, esses vínculos.   Tal proposição rompe com o senso comum de que “somos" algo fixo, estanque, passível de ser “mexido" ali inerte. Esse estar, apartad

Seminário de Filosofia

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Seminário de Filosofia A filosofia como repertório de conhecimento estabelece relações muito profícua com vários outros campos do saber humano. Contudo, leituras rápidas e superficiais não contribui muito para superar a sensação de que esse ou aquele livro de filosofia até toca em temas interessantes, mas não se consegue ir mais além do que mera leituras de lazer. O caminho para su perar tal desconforto consiste em dominar os conteúdos filosóficos, que estão muito além de um único livro. E para se chegar a tal estado, sem ter que cursar uma graduação em filosofia, o melhor caminho consiste em praticar filosofia; exercitar-se em temas filosóficos. O nosso objetivo com o Seminário de Filosofia é propiciar exatamente essa prática. Sob orientação de quem não só pratica filosofia, seja como professor ou como aluno, mas que no contato com vários aprendizes conseguiu verificar quais caminh os (método) são frutíferos para tal empreitada.

Conflito Israel e Palestina

O atual cenário envolvendo o Israel e os Palestinos chegou a níveis tão problemáticos que a própria entrada no tema já gera um problema. Habitualmente os meios de comunicação já revelam um problema elementar ao dizer apenas Palestinos e não Estado da Palestina, o que já é motivo para que a conversa inflame e passemos logo para o nível das paixões.   Por várias vezes que tentei entrar no tema noto essa inviabilidade mesmo de tratar o tema. A oposição é radical, ou você está do lado de Israel ou do lado da Palestina.   O que segue a evocação de argumentos eivados de ódio e a retórica logo se revela inútil, sem poder; apenas dois lados empurrando suas falas; movidos por muito ódio, que os lados tem fartas justificativa. Creio que a própria tentativa de recuo, de começar de um ponto possível o diálogo irá mesmo irritar a todos.   Mas algo precisa ser dito, não há justificativa para que Israel massacre os palestinos. Não é possível, baseado em argumentos históricos

A maldade

Ninguém acorda com planos de fazer o mau. Exceto a personagem “Macaco Loco”, que é uma obra ficcional para ‘crianças’ ou algum tipo patológico, a maldade não é planejada de modo explicito. Então, como explicar os vários exemplos de “maldade" na vida social?   Como explicar que pessoas defendam ideias baseadas no egoísmo? Tais como os neoliberais que concebem as ideias de ‘Estado mínimo’ e de ‘mérito pessoal’ sobre a ação egoísta na vida social. Um operador do ‘mercado financeiro’, por exemplo, é um biotipo que foi condicionado desse o berço a crer que há de fato uma meritocracia, uma sociedade possível e que assenta sobre as proezas e feitos individuais. Esse prodígio, estimulado desde as primeiras mamadeiras, ensinado dioturnamente a competir e vencer, mesmo que tendo os país pagando e sustentando esse “cenário" montado para ele vencer, cresce e acredita nisso.   Esse laboratório de serviçais da ideologia neoliberal, que toma como fetiche fundamental o idio

Não dá lucro!

O papo de que não dá lucro, logo, não dá para cuidar disso é um tipo de pensamento neoliberal que tem virado mantra pelo brasil a fora. Contudo, a força dessa “verdade" me parece não ser ela própria. Se ligarmos as rádios, sobretudo aquela que toca notícias, lermos os jornais, etc, logo veremos que tal ideia é dita de várias formas todos os dias. E claro, para dizer e divulgar tais ideias se faz necessário dinheiro. Dinheiro que nunca sabemos seus caminhos, de como ele chega até a boca ou à pena de quem divulga como óbvia tais ideias neoliberais. E de como é “ridículo” a ideia de um ente chamado Estado; de como é ridicularizada a função do Estado como mediador e de ente que age pensando um conjunto de bens; que garante para além da flutuação própria das coisas da vida, uma certa estabilidade; que investe em coisas propriamente de gente, como educação, etc.   Sabemos que rádio e jornal vive de propaganda, decorre daí o ponto central da sobrevivência dos veículos de in

Sobre o desafio da Agricultura em Juquitiba 2

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No primeiro texto que escrevi sobre agricultura em J uquitiba destaquei alguns problemas. Procurei detectar o que são problemas gerais e o que seria específico daqui. Recapitulando, viver sobre a terra sem estar ligado a ela é o problema maior da agricultura juquitibense . Esse estar sem estar é gerado aqui pelo fenômeno de cidade satélite, isto é, os vários sítios têm a função de lazer e seus proprietários moram em São Paulo Capital ou nas imediações.   Fenômeno que não é de todo ruim, pois essa mesma população de proprietários, pois habitantes da cidade onde os fluxos de saberes são abundantes, poderia, em tese, ter mais acesso à informação sobre a terra; mais capital, etc. Contudo, o efeito acaba por ser negativo mesmo, uma vez que o lazer é o foco e os sítios passam a ser uma extensão da vida urbana no meio rural. Trazendo, sobretudo, os aspectos negativos da vida urbana que é o de ignorar a dinâmica da terra, dos ciclos da terra.   Dentro dessa dinâmi

Pensando por curto-circuito

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 Atenção, esse texto contém palavras que poderão lhe fazer perder o controle de si. Ademais, ele é longo demais, tem raciocínios longos, o que impede "pensar por curto-circuito".           Os avanços tecnológicos parecem-nos visíveis. A comunicação mediada por meios eletrônicos, os famigerados computadores e celulares (telefone portável) nos permite não só comunicar com amigos, parentes e profissionalmente, mas permite intercâmbio de pagamentos, transferências monetárias, etc. Nesse aspecto da vida cotidiana parece haver consenso de que vivemos em momento glorioso.          Porém, a boa vontade existente nos temas das tecnologia s quando salta desse aparente paraíso, que também está assentada sob premissas problemáticas , e passa para o âmbito das coisas humanas propriamente, a coisa toma outro rumo. E será nesse sentido que o título “pensando por curto-circuito” será tematizado.          Se nesse texto, o que vou de fato fazer, apresentar a