Os Pitagóricos e o número como “princípio”
“Os Pitagóricos herdam dos predecessores a problemática do
princípio, mas a deslocam sobre um plano novo e mais elevado. O princípio da
realidade é para os Pitagóricos não um elemento físico, mas o “número”’.
“Explicam
sua tese em base ao fato de que todos os fenômenos mais significativos (em
particular as harmonias musicais, os fenômenos astronômicos, climáticos e
biológicos) acontecem segundo regularidade mensurável e exprimível com números.
O número, portanto, é causa de cada coisa e determina sua essência e a
recíproca relação com as outras.”
“Para
exatidão, segundo os Pitagóricos não são os números enquanto tais o fundamento
último da realidade, mas os elementos do número, ou seja, o “limite” (princípio
determinado e determinante” e o “ilimitado” (princípio indeterminante). Cada
número é síntese destes dois elementos: nos números pares prevalece o ilimitado
e nos ímpares o limite.”
“Se tudo é
número, tudo é “ordem” e o universo inteiro aparece como um kósmos (termo que
significa justamente “ordem”) que deriva dos números, e enquanto tal é
perfeitamente cognoscível também nas suas partes.”
“Os
pitagóricos derivam do Orfismo tanto o conceito de metempsicose quanto o
conceito de vida como expiação/purificação para poder retornar junto aos
deuses, mas atribuíram a virtude catártica não a ritos e práticas, como queiram
os Órficos, mas ao conhecimento e à ciência, isto é, à “vida contemplativa” em
grau supremo – chamada “vida pitagórica” – a qual eleva o homem e o leva à
contemplação da verdade”. (REALE E ANTISERI. 2007. p. 25. V. 1)
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